A desvalorização acelerada de veículos elétricos no Brasil: um obstáculo à adesão em larga escala

Abstract

Este trabalho tem como objetivo analisar empiricamente como a degradação das baterias veículos influencia a desvalorização dos veículos elétricos, ao longo do tempo, no mercado brasileiro. Baseando-se na teoria da inovação disruptiva de Clayton Christensen (1997), investigamos se a rápida desvalorização dos carros elétricos representa um obstáculo à sua adoção em massa. A análise utiliza regressões múltiplas para avaliar o impacto da degradação anual das baterias na depreciação de modelos populares como o Nissan Leaf, o Chevrolet Bolt e o BMW i3, comparando-os com modelos a combustão equivalentes. Foram utilizados dados históricos de preços de venda coletados com base na tabela Fipe, cobrindo o período de 2021 a 2024, com projeções até 2030. As limitações do estudo incluem a ausência de variáveis sazonais e a necessidade de estimar valores futuros com base em tendências observadas. Os resultados mostraram que, embora a degradação da bateria seja estatisticamente significativa, seu impacto direto na desvalorização parece menos relevante quando comparado a outros fatores que afetam a percepção de valor dos consumidores, como a rápida evolução tecnológica. Essas descobertas contribuem para a literatura sobre a viabilidade econômica dos veículos elétricos e podem ser úteis para fabricantes, consumidores e formuladores de políticas públicas na formulação de estratégias para melhorar a aceitação e a valorização de veículos elétricos no mercado.

This study aims to empirically analyze how battery degradation in electric vehicles influences their depreciation over time in the Brazilian market. Based on Clayton Christensen's theory of disruptive innovation (1997), we investigate whether the rapid depreciation of electric cars represents an obstacle to their mass adoption. The analysis uses multiple regression to assess the impact of annual battery degradation on the depreciation of popular models such as the Nissan Leaf, Chevrolet Bolt, and BMW i3, comparing them to equivalent combustion models. Historical sales price data collected from the Fipe table, covering the period from 2021 to 2024, with projections until 2030, were used. The study's limitations include the absence of seasonal variables and the need to estimate future values based on observed trends. The results showed that although battery degradation is statistically significant, its direct impact on depreciation seems less relevant when compared to other factors that affect consumers' perception of value, such as rapid technological evolution. These findings contribute to the literature on the economic viability of electric vehicles and can be useful for manufacturers, consumers, and policymakers in formulating strategies to improve the acceptance and valuation of electric vehicles in the market.