Gestão logística na saúde pública do Brasil: análise da eficiência e dos custos a partir do estudo de casos múltiplos

Abstract

Esta dissertação investiga como a implementação de processos logísticos no setor público da saúde contribui para a redução de custos nos estados brasileiros. Adota abordagem exploratória e descritiva, baseada em análise documental e dados secundários obtidos de plataformas institucionais (CNES, IBGE, DATASUS, InvestSUS) e respostas via e-SIC das Secretarias Estaduais de Saúde. Embora a análise inicial previsse as 27 unidades federativas, a amostra foi restrita a Alagoas, Distrito Federal e Santa Catarina, devido à escassez, falta de padronização e baixa transparência dos dados. A pesquisa traz uma contribuição prática e metodológica por meio da construção e adaptação de um conjunto em partes inédito de indicadores logísticos, agrupados em três dimensões: eficiência operacional, continuidade da atenção e impacto sistêmico e governança. Os resultados indicam que Santa Catarina possui maior estruturação logística, menor índice de perdas, menor judicialização e maior racionalidade nos gastos. O Distrito Federal destacou-se negativamente pela alta judicialização, possivelmente associada a falhas logísticas. Alagoas apresentou baixos custos médios, mas carece de documentação que comprove a qualidade da gestão, gerando dúvidas sobre a confiabilidade dos dados. Conclui-se que uma logística estruturada se relaciona positivamente com a eficiência do gasto público em saúde. Como contribuição prática e metodológica, propõe-se a criação de um Painel Nacional de Indicadores Logísticos da Saúde, de acesso público, para padronização e monitoramento. Sugere-se também o uso do diagrama de Pareto para priorização de ações corretivas. Entre as limitações, destacam-se a impossibilidade de generalização estatística e a baixa adesão das secretarias ao fornecimento de dados. O estudo avança na sistematização de métricas logísticas e oferece subsídios para novas investigações e formulação de políticas públicas.

This dissertation investigates how the implementation of logistics processes in the public health sector contributes to cost reduction in Brazilian states. It adopts an exploratory and descriptive approach, based on documentary analysis and secondary data obtained from institutional platforms (CNES, IBGE, DATASUS, InvestSUS) and responses via e-SIC from State Health Departments. Although the initial analysis included 27 federal units, the sample was restricted to Alagoas, the Federal District, and Santa Catarina due to data scarcity, lack of standardization, and low transparency. The research offers a practical and methodological contribution through the construction and adaptation of a previously unpublished set of logistics indicators, grouped into three dimensions: operational efficiency, continuity of care, systemic impact, and governance. The results indicate that Santa Catarina has better logistics structure, a lower loss rate, less litigation, and greater rationality in spending. The Federal District stood out negatively due to its high litigation rate, possibly associated with logistical failures. Alagoas presented low average costs, but lacks documentation to demonstrate the quality of management, raising doubts about the reliability of the data. The conclusion is that structured logistics positively correlates with the efficiency of public health spending. As a practical and methodological contribution, the proposal is to create a publicly accessible National Panel of Health Logistics Indicators for standardization and monitoring. The use of the Pareto diagram to prioritize corrective actions is also suggested. Limitations include the impossibility of statistical generalization and the low compliance of departments with data provision. The study advances the systematization of logistics metrics and provides support for further research and public policy formulation.